Sou só eu que acho que é uma estupidez encher veículos que transportam pessoas com hidrogénio?
Parece que a memória é curta e há gente que já não se lembra que o Hindenburg explodiu sobre a Nova Jérsia há uns 70 anos matando metade dos que iam a bordo. Foi uma nuvem de fogo digna de se ver.
Mas agora surgiram uns brilhantes iluminados que acham que um Zeppelin é o que há de mais cool para passear turistas ou servir de hotel.... Várias empresas têm surgido um pouco por todo o lado com esta moda.
Um Zeppelin é um veículo bastante caprichoso. Não só têm tendência para explodir, como precisa de um espaço enorme para "estacionar", não suporta ventos e qualquer carripana numa estrada sem buracos atinge velocidades muito superiores aos de um dirigível . A capacidade para transportar passageiros é diminuta como se pode ver no boneco acima. Nada que se aproxime de um avião comercial. O que torna os Zeppelins economicamente inviáveis.
Propostas interessantes para o uso de dirigíveis são o transporte de carga e de correio e o seu uso para telecomunicações, mas utilizando hélio e não hidrogénio para encher o veículo. O hélio é um gás inerte não explosivo. A vantagem deste tipo de transporte é ser não poluente ( não emite dióxido de carbono).
Outra parvoíce são os veículos a hidrogénio, que usam as tão badaladas células de combustível. São totalmente não poluentes porque não produzem gases, só água, diz-se. Esquecem-se é que para produzir e transportar o hidrogénio com que se enche o depósito do carro polui-se e muito.
A Europa perdeu totalmente a corrida dos híbridos para os asiáticos e então decidiu investir nessa ideia iluminada das células de combustível. O método é sem dúvida interessante mas tem pouco rendimento, o que reduz muito a autonomia dos veículos a hidrogénio. Obriga a refrigerar a temperaturas inferiores a - 250º C o depósito do carro para poder armazenar o hidrogénio líquido e o mesmo ocorre para os escassos postos de abastecimento existentes. Têm de ser refrigerados a temperaturas baixissimas. Postos de abastecimento existem apenas na Califórnia, na Islândia (1) e nalgumas zonas da Alemanha (6). A outra hipótese de armazenamento - a pressurização- obriga a desafios técnicos ainda maiores e não está a ser usada em veículos.
E carros há venda parece só existem um topo de gama da BMW do qual se fizeram 100 exemplares (que por acaso não usa células de combustível). A Mercedes tem modelos classe A experimentais a hidrogénio (F-cell) que não estão à venda mas circulam na ásia em regime de leasing e o mesmo se passa com um modelo do Ford Focus. A Mazda vendeu 2 unidades do RX-8 hydrogen no Japão. O resto são protótipos.
Se se vierem a popularizar aguardo com espectativa o dia em que uma qualquer Maria com um cigarro ao canto da boca vai espreitar para o depósito e ganha acto continuo um Darwin award.