Para espiritos pacientes com muito tempo para queimar existe o Dorodango. Bolas que parecem de bilhar mas são de lama! Aparentemente fazem parte das brincadeiras tradicionais das crianças japonesas e aconselham-se como terapia psicologica....

Boa sorte!

Instruções:
- Dorodango
-Dorodango II ( com videos)



O mono acima é uma maravilhosa reliquia industrial londrina. Trata-se da central eléctrica a carvão Battersea localizada na margem norte do Tamisa, em Pimlico. A zona é conhecida pela bela arquitectura, quase toda da autoria de Thomas Cubbit. A familia Grosvenor foi outrora dona de toda a zona de Pimlico. O edificio é parecido com a nossa singela central Tejo e apresenta belissimos detalhes art-deco. Tem apenas uma pequena diferença em relação à nossa central - a escala. Battersea é o maior edificio de tijolo em toda a Europa. A zona da central eléctrica ocupa sensivelmente uma área do tamanho de 11 estádios de futebol.

Ao ver a foto, alguns devem lembrar-se imediatamente da capa de um Lp dos Pink Floyd de 77, "Animals" onde surge uma famosa foto de Battersea com um porco flutuante
. Na verdade Battersea aparece em inúmeras outras capas de discos quase todas dos anos 70. O impacto cultural desta central eléctrica não se fica por aqui. Serviu de cenário para dezenas de filmes e séries. Entre os mais notáveis conta-se "Sabotagem" de Hitchcock e uma adaptação de "1984" de Orwell feita por Michael Radford em que a central era o ministério do amor. O ano passado serviu para filmar um Batman. É também mencionada em variadissímos livros. Tem portanto lugar reservado no panteão da memória colectiva londrina.


A imponente sala de controlo


Começada a construir no final dos anos 20 para fazer parte da rede nacional electrica inglesa, só foi terminada em 1939. A zona de Battersea naquela época era maioritariamente industrial e habitada por gente pobre, mas mesmo assim houve forte oposição à sua construção pelo impacto visual de um edificio com aquela escala e pela poluição que ia causar. Fez-se uma escolha ponderada do arquitecto para minimizar os protestos. O famoso Sir Giles Gilbert Scott, autor do design da cabine telefónica vermelha e de outra central londrina (a que alberga agora a Tate Modern) foi o escolhido. Durante a II grande guerra a central não sofreu danos de monta. Numa segunda fase nos anos 50 foi-lhe acrescentado um segundo edificio simétrico (ala B).

Em 1964 houve um incêndio de proporções consideráveis em Battersea tendo causado Blackouts em várias zonas de Londres. Nos anos 70 a central tornou-se completamente obsoleta, tendo sido fechada parcialmente em 1975 e totalmente em 1983.

Desde essa data tem estado no centro de inúmeras polémicas. Tornou-se numa ruína degradada e foi vendida várias vezes. Apenas foi classificada como património em 1980, o que não impediu a galopante destruição dos belissimos interiores e o desaparecimento de parte do equipamento. O local não é aparentemente vigiado e encontra-se aberto. Vários projectos de rehabilitação foram feitos para o local, mas nenhum passou do papel até à data.
Em 2006 foi adquirida por 400 milhões de libras pelos actuais proprietários que tem um projecto para o local mas ao mesmo tempo fazem uma consulta pública para oscultar os cidadãos. O arquitecto responsável é Rafael Viñoly, um uruguaio radicado nos EUA e o projecto final deverá ser apresentado lá para o final de 2009. Mas entretanto as chaminés encontram-se em risco de ruir e a empresa proprietária do espaço propõe-se demoli-las. O mais certo é a central ser vendida outra vez...


links:





Emergent ideas for enlargement of territory, defense from climate change consequences and avant-garde housing seem to involve the use of "raft" environments:


- Dubai is currently building several luxury properties on top of artificial islands. Namely the Palm Island below


-Monaco plans to enlarge the principality territory by expanding to the sea.

-Netherlands started building some floating housing projects (instead of new dams). This was the subject of a paper in Nature about 2 years ago. Some of the floating houses:


-Macao and Hong Kong have expanded their territory for long years by building on top of the sea. An interesting ecological project for HK:



- Lylypad - A giant floating city project presen
ted as a solution for the population of vanishing islands like Vanuatu archipelago ones (just do not ask me why the rendering below seems to be done on Monaco coast). The architect is 31 year old Vincent Callebaut, already winner of several important awards,


- Project for the Dead sea


- A floating mosque in Malaysia.

The raft is definitely a trend to watch!

O mais pavloviano dos filmes de Kubrick que conta uma história em torno do amoral Alex, pode ser situado em qualquer época. Pois se é certo e sabido que cada nova geração é apelidada de pior que a anterior, a violência gratuita, o deboche, a vadiagem, o gang e o controlo estatal/policial podem aplicar-se a qualquer lugar e tempo.

O filme influenciou fortemente outros realizadores que têm obras em torno da estética da violência (Tarantino, David Lynch, irmãos Cohen). Repare-se no corte de cabelo de Bardem em "Este país não é para velhos". O mesmo de Alex!

Várias bandas de rock industrial e cyberpunk escolheram os seus nomes, ou os de canções a partir do filme. O uso intensivo e inovador de sintetisadores Moog na banda sonora serviu para criar o ambiente de ficção científica distópica. E depois deste filme a 9ª de Beethoven nunca mais foi vista com os mesmos olhos. O uso de agradáveis e populares melodias para acompanhar cenas particularmente violentas (eg singing in the rain numa cena de violação) torna o filme visceral.

Esta obra-prima brindava-nos ainda com magistral guarda-roupa e cenário. Notável e para a história ficou o gigantesco exemplar de ** das Caldas que surge no interior de uma casa assaltada pelo gang de Alex. Em ofuscante branco brilhante, a escultura cinética acentua o ambiente avant-garde do filme. A escultura é um original de Herman Makkink chamada "the rocking machine". Réplicas podem ser adquiridas aqui por um preço exorbitante.

Quanto às cenas emblemáticas do filme estas passam-se quase todas em locais públicos, apenas o Korova Milk Bar foi construído em estúdio:

- Cenas à beira do Tamisa: Binsley walk, Thamesmead south
- casa do Alex: Thamesmead south
- Casa do Alex exteriores: Tavy bridge center
- Ataque no túnel do metro: passagem inferior entre Trinity road e Swandon way, Londres.
- Tratamento "Ludovico" - Brunei university, Middlesex.(exemplar de arquitectura do movimento brutalista).
- Casa da mulher dos gatos - Mansão em Hertfordshire.
- Interiores da casa do escritor- casa Skybreak em Hertfordshire, de Norman Foster e Richard Rogers e companhia (team 4). (modernista, datada de 1965/66)


links:
filming locations.





Não se trata de comida, mas de gente! (burgher significa cidadão em Holandês)

Os Burghers portugueses são uma etnia mestiça do Sri Lanka, antigo ceilão. Caracterizam-se por terem ascendência portuguesa, serem católicos e falarem um crioulo baseado no Português.
Entre os Séculos XVI e XIX, o português manteve-se como lingua principal nesta comunidade minoritária e a identidade cultural resistiu aos usos locais e à influência holandesa apesar de etnicamente se terem misturado bastante com os holandeses. Estes Srs. são pois descendentes directos de Vasco da Gama e outros notáveis navegadores portugueses!

Actualmente o crioulo português é ainda falado por cerca de 100 familias nas regiões de Batticaloa (7º 42' N 81º 42' E) e Trincomale
(8º 35' N 81º 15' E), 2 baias portuárias, contabilizando uns modestos 1500 falantes (ou menos). De resto, a lingua falada no Sri Lanka, o cingalês, foi fortemente influenciada pelo português em termos de vocabulário (na gramática não sofreu grande influência). Apesar das diferenças de caracteres e grafismo é fácil reconhecer a origem fonética das palavras seguintes:

  • siññō - Senhor
  • tuvāya - Toalha
  • sapattuva - sapato
  • saban - sabão
  • pastääla - pastel ( Já haveria pasteís de Nata?)
  • janēlaya - janela
  • bēbaddā - bêbado


Dias, Cabraal, da Costa, da Silva, Pereira e de Almeida são apelidos comuns nas familias burghers.

A influência portuguesa não se ficou por aqui. A "Baila" (ver um hit de Baila no YouTube) é uma música dancável tradicional do Sri Lanka (tipo pimba!) e vários tipos de bordados são fáceis de encontrar. Por lá ficou também a massa folhada (eu nunca percebi muito bem foi como é que se trocavam receitas de cozinha nos séc. XVI e XVII sobretudo tendo em conta que não iam mulheres nos barcos e os cozinheiros das naus não deviam propriamente ter frequentado a escola de hotelaria. Mas enfim, quanto aos bordados também não sei se seriam ensinados pelos marinheiros às meninas locais!).


download de livro de lingua Indo-Portuguesa falada no Sri Lanka.