O filme retrata a vida de uma família verdadeira de esquimós ao longo de um ano com filmagens in loco do seu duro dia-a-dia. A caça, a pesca, as migrações, o comércio de peles, a construção de igloos e todas as dificuldades da vida sem tecnologia de 1922 num clima extremo como o do árctico são-nos mostradas nos 79 minutos que dura o filme. A preto e branco e com intertítulos seguimos a família do espontâneo Nanook– o pai, as suas 2 mulheres e os 2 filhos, um deles bebé, nas suas deambulações. Ficamos a saber que pescar à mão com um arpão exige destreza, que os salmões depois de pescados são mortos à dentada, que os esquimós da altura comiam foca crua, que por baixo das roupas feitas de pele estavam nús (incluindo o bebé que não apresenta nada que se pareça com uma fralda), que uma canoa pequena leva muita gente fora de vista, que se podem construir igloos só com um facão e que as tempestades para aquelas bandas podem matar mesmo quem é muito experiente.
O filme foi rejeitado por vários distribuidores mas quando estreou revelou-se um sucesso de bilheteira estrondoso. A curiosidade do público foi espicaçada pelo facto de Nanook ter morrido meses depois de terem terminado as filmagens. Morreu de fome. Encontrar comida onde nada cresce é um caso de vida ou de morte.
Este post pertence a uma série de posts sobre filmes da década de 20.